Pensamento clássico originário no século XVIII, repristinado por diversos autores no pós revolução keynesiana iniciada no segundo quartel do século XX.
«O mote para a elaboração deste texto prendeu-se com o facto de, a nosso ver, existir evidência de que o modelo económico e financeiro mundial continua sobre a égide de um paradigma que não aparenta ter aderência com a realidade que as sociedades experienciam hodiernamente. À luz do conhecimento que hoje possuímos, torna-se insustentável a continuação da compartimentalização dos saberes científicos utilizados para a reflexão e execução do modelo empregue na gestão económica e financeira das sociedades. Para tal, faremos uso dos conhecimentos desenvolvidos pela neurociência e a economia comportamental.
Como iremos explorar, este paradigma está sustentado, na sua génese, no pensamento clássico originário no século XVIII, repristinado por diversos autores no pós revolução keynesiana iniciada no segundo quartel do século XX. Ressaltaremos deste pensamento que o indivíduo é considerado como sendo um ser omnisciente, quiçá em termos racionais, omnipotente, desembocando no tão famigerado Homo Economicus.
Interessa para tal, em primeira instância, tentarmos entender o pensamento clássico na sua vertente original e posteriormente, nas suas versões mais recentes, contrapondo com a perspectiva keynesiana do investimento e, por conseguinte, das causas inerentes às decisões tomadas pelo indivíduo e quais os seus impactos na crise que ora experienciamos. Concluiremos com a temática da eficiência dos mercados financeiros, bem como, o papel que a desregulação do sector bancário teve na crise que vivemos actualmente.» In Abstract